Fatores de risco para a Demência

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FATORES DE RISCO

Um fator de risco é algo que aumenta a chance de alguém contrair uma condição ou doença. Ele indica um aumento da possibilidade, mas não é absolutamente determinante para que a doença aconteça, pois ela pode desenvolver-se com ou sem fatores de risco. Porém, sabidamente, a expressão “melhor prevenir que remediar”, constitui uma importante medida para prevenção da doença.

Algumas pessoas se preocupam e pensam como ficará sua memória a medida que envelhecem. Muita gente tem medo da Doença de Alzheimer e por isso, demoram a procurar ajuda, como se isso mude os resultados. O medo não traz resultados eficazes. O melhor que se tem a fazer é manter-se sempre bem informado.

Neste tópico, estão os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer (DA). Dessa forma, existem os chamados fatores de risco não modificáveis e fatores de risco modificáveis. Os primeiros dizem respeito a fatores que não podem ser alterados e estão relacionados a fatores biológicos e crônicos. Os fatores modificáveis dizem respeito aos hábitos, ou seja, àqueles fatores do estilo de vida. Segundo estudos, o estilo de vida pode reduzir em 35% a incidência de demência. Portanto, saber identificar e procurar diminuir seus próprios fatores de risco para demência é o melhor que se pode fazer hoje.

Os principais fatores que predispõem o indivíduo à Doença de Alzheimer e outras demências, são: 

 

 

FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS:

 

- Idade

Esta é uma condição que ninguém pode mudar, mas ela é, indiscutivelmente, o mais reconhecido fator de risco. Embora a prevalência da DA aumente com a idade, isto não é uma condição normal do envelhecimento. Ela é apenas uma doença relacionada ao envelhecimento, mas não faz parte dele, pois muitas pessoas bastante idosas não a desenvolvem. O que pode ocorrer com o envelhecimento é uma lentificação no processamento das informações, sem afetar suas atividades do dia a dia. Envelhecimento é um processo individual.

A Doença de Alzheimer é classificada de duas formas: de início tardio e de início precoce. A DA de início tardio, refere-se àqueles casos em que indivíduos manifestam os sintomas com 65 anos ou mais e que são os casos mais frequentes. A DA de início precoce, refere-se àqueles casos em que a manifestação clínica da doença surge antes dos 65 anos. 

 

- Genética

Estudos indicam que a influência genética pode representar entre 1% a 10% dos casos. Algumas poucas famílias parecem ter um gene que provoca a doença e que aumenta as chances de passá-la de pais para filhos como são alguns casos da DA de início precoce. Esta é uma forma menos comum, porém mais grave, pois sua evolução é mais acelerada. Entre o risco genético, são considerados principalmente, os polimorfismos no gene da Apolipoproteína E, principalmente o épsilon 4 (apoE ε4).

 

- Sexo feminino:

A DA afeta mais mulheres do que homens, em uma relação de 3 mulheres com DA a cada 2 homens. Uma possível explicação consiste na longevidade, uma vez que, em geral, é a mulher que vive mais.

 

  

FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS: 

Nove Fatores de risco para o cérebro, possíveis de modificar:

 

 1. PERDA DA AUDIÇÃO

Parece acelerar o declínio cognitivo relacionado à idade além aumentar a solidão. Importante: evitar a exposição a ruídos altos sem equipamento de proteção e procurar especialista assim que perceber o dano.

 

2. DIABETES

O diabetes tipo 2 é um significativo fator de risco para o desenvolvimento de demência. Importante tratar.

 

3. DOENÇAS VASCULARES (Hipertensão, Colesterol alto, AVC, Diabetes, Múltiplos Infartos...)

Importante: Manter níveis adequados de colesterol, pressão arterial, controlar o açúcar no sangue (se for diabético), dieta com pouco sal, pobre em gorduras saturadas. Praticar atividade física e manter uma dieta adequada.

 

4. OBESIDADE

Considerada uma doença de causa multifatorial. Porém, o sedentarismo e má alimentação são causas mais comuns. Importante: Controle do peso, dieta balanceada e pobre em gordura, exercício físico regular, com acompanhamento de especialistas.

 

 5. FALTA DE ATIVIDADE FÍSICA

Reduzir comportamento sedentário deve começar na infância. Importante: Manter-se ativo ajuda o cérebro a funcionar melhor, aliviar estresse, depressão, ansiedade, beneficiar circulação sanguínea, sono e controlar as doenças cardiovasculares.

 

 6. FUMO

Causa danos nos vasos sanguíneos, principalmente. É alto risco para diversos problemas de saúde. Aumenta significativamente o risco de DA, infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Importante: evitar hábitos tabágicos.

 

7. DEPRESSÃO

Doença que prejudica o funcionamento do cérebro e a qualidade de vida. É incapacitante e apresenta risco para suicídio. Importante: tratamento médico e psicológico, prática de atividade física, lazer e envolvimento social.

 

8. ISOLAMENTO SOCIAL

Pode aumentar o risco de depressão, demência e até mesmo hipertensão. Importante: manter vínculos sociais, como familiares, amigos, colegas, voluntariado.

 

 9. BAIXO NÍVEL EDUCACIONAL

Anos de estudo são fundamentais para aumento de reserva cognitiva. Importante: aumentar o nível educacional durante a juventude e continuar ao longo da vida envolvendo-se em atividades desafiadoras e aprendizagens novas são dicas importantes. Aprender a tocar um instrumento, falar uma nova língua, entre outras atividades podem ser alternativas para aumento desta reserva. Atividade profissional exigente, parece ter influência positiva no cérebro.

Saber identificar e procurar diminuir seus próprios riscos é o melhor que se tem a fazer hoje.

Então, agora que você já sabe reconhecer os fatores de risco que são possíveis de modificar ao longo da vida com uma certa disciplina, é importante que faça o exercício abaixo e guarde-o, para ter bem claro, quais são os seus fatores de risco mais evidentes, a fim de poder planejar estratégias e metas atingíveis para eliminá-los ou controlá-los ao longo do tempo.

 

 10. TRAUMA NA CABEÇA

Lesões na cabeça podem ser causadas por acidentes de automóveis, quedas, boxe, futebol, armas de fogo e agressões violentas. 

 

 11. POLUIÇÃO DO AR

Uma quantidade crescente de evidências de pesquisa mostram que a poluição do ar aumenta o risco de demência. Importante que políticas públicas sejam criadas para melhorar a qualidade do ar, especialmente em áreas mais poluídas.

 

 12. CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL

O uso excessivo, além de risco para demência também aumenta o risco de AVC, câncer, doenças cardíacas e hepáticas. Importante: procurar ajuda médica e de instituições que ofereçam apoio e aconselhamento diante desta situação.

 

 Referências bibliográficas

- Alzheimer’s association. Stay Mentally and Socially Active. Disponível em: <https://www.alz.org/help-support/brain_health/stay_mentally_and_socially_active>. Acesso em: 12 de fev. 2020.

- LIVINGSTON, G.; SOMMERLAD, A.; ORGETA, V.; et al. Dementia prevention, intervention, and care. The Lancet, 2017.

- LIGINGSTON, G.; HUNTLEY, J.; SOMMERLAD, A.; AMES, D.; BALLARD, C.; et al. Dementia, prevention, intervention, and care:2020 report of the Lancet Comission  The Lancet, 2020